quinta-feira, 7 de maio de 2015

Desfile de alunos e ex-alunos marca os 126 anos do Colégio Militar do Rio de Janeiro

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Rio de Janeiro, 06/05/2015 - O ministro da Defesa, Jaques Wagner participou nesta quarta-feira (06) da solenidade em comemoração pelos 126 anos do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ). Na ocasião, pode relembrar sua época de aluno da instituição em 1962. Cadete graduado, ele ingressou na escola com 11 anos de idade.

Jaques Wagner foi recebido com honras militares juntamente com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.

Durante o evento, o ministro marchou com ex-alunos de sua turma, entre eles, o brigadeiro Allemander Pereira. O desfile também contou com a participação de ex-alunos de instituições militares e civis, públicas e privadas.

O ministro também abriu a exposição "70 anos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália" e participou do lançamento do livro dos 125 anos do CMRJ, escrito por Fabrícia Carvalho.

Durante a permanência no colégio, o ministro recebeu pedido para apoiar as obras de reconstrução do museu instalado na instituição militar. O comandante do CMRJ, coronel Alex Vander Lima Costa, informou que irá elaborar um projeto de reforma.

"Símbolo maior da educação militar, vejo que o colégio precisa de recursos. Encaminhem o projeto de restauração que vamos viabilizá-lo”, disse o ministro.

Na oportunidade, o ministro ainda conversou com o veterano da FEB tenente Álvaro José de Oliveira, de 91 anos. Depois recebeu o resumo do livro de 700 páginas "Estrela de David no Cruzeiro do Sul”, no qual é citado.

"Estou orgulhoso de presidir a solenidade que aqui participei como aluno", ressaltou Wagner, que estudou no CRMJ até os 17 anos quando fez vestibular para Engenharia na PUC-RJ.

Wagner entregou também a medalha Graça Couto aos primeiros alunos do colégio. Na ocasião, homenageou o conselheiro Thomaz Coelho, fundador da instituição. Em discurso, o ministro lembrou da importância do colégio na sua formação.

“Em 1962, apesar de não ter nenhum militar em minha família, era um admirador da organização e dos valores. E foi nos ensinamentos deste colégio que sustentei minha carreira", concluiu.




Fotos de Felipe Barra / MD

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa  Telefone (61) 3312-4071

terça-feira, 5 de maio de 2015

Significado do zum zaravalho...


A saudação foi criada a partir do depoimento de índios paraguaios na guerra do Paraguai. Havia entre as tribos do país um grande medo de um soldado brasileiro que era um terrível assassino de índios, o soldado Henrique Zaravalho. Henrique aproveitava o contexto da guerra para dizimar populações indígenas por todo o país. Contam os índios que vivem lá que seus antepassados fugiam desesperados ao verem a figura de Henrique Zaravalho se aproximando. A saudação foi criada pelos soldados brasileiros como uma forma de enaltecer a força e eficiência do jovem soldado Henrique. Acompanhe conosco a interpretação da saudação, que reproduz os depoimentos das tribos aterrorizadas na época da guerra:"
Tradução da saudação do colegio
Zum Zaravalho opum Zarapi Zoqué, o qué qué o qué qué Zum
Por sua rapidez na hora do ataque, o soldado foi chamado pelos índios de Zum Zaravalho, onde a expressão Zum caracteriza uma onomatopéia, referente à velocidade de Henrique. O termo "opum" no dialeto da tribo significa "esfaquear, ferir com faca", logo, as tribos contam na saudação que Zaravalho esfaqueou o cacique Zarapi e o pajé Zoqué, em um ataque surpresa e veloz, acompanhado dos gritos assustados dos patos e marrecos que, da lagoa próxima, assistiam tudo. Logo, "o qué qué, o qué qué" também significa uma onomatopéia, referente ao som emitido pelos animais. Após o ataque rápido e mortal, Henrique sumiu pela floresta adentro, com extrema velocidade, o que dá origem ao "zum" do final do trecho. É interessante notar que as tribos ultilizavam as onomatopéias em grande escala, o que lhes permitia relatar fatos ocorridos em poucas palavras.
Pinguelim pinguelim pinguelim
Esse trecho refere-se ao cadáver do cacique Zarapi, que após ser assassinado com 3 facadas no peito, ficou estirado em cima de uma pedra com seu sangue pingando no solo: Pinguelim... pinguelim... pinguelim... Note que a repetição da palavra expressa a idéia do sangue pingando sem parar, constantemente: pinguelim, pinguelim, pinguelim...
Zunga, zunga, zunga Cate marimbau Cate marimbau Eixau eixau Colégio!!!
Finalizando, vem o trecho que nos deu mais trabalho para fazermos a interpretação. Foi preciso viajar muitos quilômetros pelo Paraguai, colhendo depoimentos de muitas tribos para chegarmos a um consenso. A palavra "zunga" nos dialetos de 4 das 7 tribos consultadas significa "matar, tirar a vida, arrancar-lhe a alma", logo, sua repetição ilustra algo que se tornou constante na época da guerra: o soldado Henrique Zaravalho matando índios por todo o país. A expressão "marimbau" era o nome dado pelos indígenas a um colar feito de pedras preciosas, que apenas os índios guerreiros podiam carregar no pescoço. "Cate marimbau" significa que depois de matar guerreiros indígenas, o bravo soldado brasileiro catava os colares dos cadáveres. "Cate marimbau" se repete na saudação para expressar mais uma vez as muitas vezes em que o fato ocorreu. Foi dificílimo descobrir o sentido de "eixau", que significa os índios imitando as palavras que Henrique Zaravalho dizia após matar mais um índio. Isso porque o soldado valente tinha a mania de matar os índios e depois dizer em alto e bom som, debochando dos outros índios que assistiam, aterrorizados,ao assassinato do companheiro: "Êêê Tchau!!!". Assim, a história foi contada de geração pra geração, e os mais velhos contavam para os mais novos o que escutaram da boca do assassino depois de verem ele executar friamente seus amigos: "Êêêi Xau Êêêi Xau".
O brado "colégio!!" no final da saudação foi introduzido depois, quando a adaptaram para ser a saudação do Colégio Militar do Rio de Janeiro, que foi criado para abrigar órfãos da guerra do Paraguai, entre eles Felipe Zaravalho, filho de Henrique, que foi morto no último ano da guerra com uma flechada nas costas. Durante toda a guerra, essa letra que acaba de ser decifrada serviu para incentivar as tropas brasileiras, entusiasmadas pela força e coragem do jovem soldado Henrique Zaravalho.