segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Palavras de um ex-comandante do CMRJ


Texto retirado da revista " Jubileu de Ouro " escrito por um grande comandante do CMRJ destacando o feito de um colega de turma que se tornou o Pantheon dos Pantheons.

 
 






Ao comemorar os 50 anos da Turma de 1959/CMRJ, é importante caracterizar a epoca: "Anos Dourados". Epoca em que a tonica era o respeito, e o rapaz puxava a cadeira para a moca sentar. Motivo inclusive de uma miniserie, " Os anos dourados ", onde o CMRJ e o Instituto de Educacao eram os carros chefes, ja que a epoca, todo pai e toda mae o que mais queriam era ver o filho ou a filha, no CMRJ ou no Instituto de Educacao, respectivamente. Nos anos 50, portanto, a nossa turma viveu uma adolescencia feliz e inesquecivel.
Neste universo , todos os formandos hoje sao pessoas bem sucedidas na vida. Alguns ja se foram, mas cumpriram bem o seu papel.
Destacam-se na nossa turma: 0 Ministro das Cidades, Marcio Fortes de Almeida, ex-comandante aluno, pertencente ao Pantheon, o mais brilhante de todos os que la estao,e,portanto o mais destacado comandante aluno do CMRJ, desde a sua criacao, ate os dias de hoje. Julgo que assim sera por muitos anos, fruto do seu excepcional desempenho, como aluno e companheiro. 0 comandante do Exercito Brasileiro, General de Exercito, Enzo Martins Pen, os ministros do STM: General de Exercito Sergio Ernesto Alves Conforto e o Tenente Brigadeiro Flavio de Oliveira Lencastre, o Almirante de Esquadra (FN) Marcelo Gaya Cardoso Tosta, ex-Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, gem de outros companheiros que na Marinha, no Exercito e na Aeronautica atingiram o ultimo posto, bem como companheiros civis que se destacaram nas diversas profisseies, e, os ex-Comandantes do CMRJ Coronel Antonio Luiz Rodrigues da Fonseca e Coronel Roberto Silva Mascarenhas de Moraes.
No universo dos professores, cujo percentual de excelencia era maior que noventa por cento, devo destacar, sem medo de errar, e alp& pesquisa entre os companheiros de turma os seguintes professores: o General Luiz Juca de Mello, pela competencia e bondade,embora exigente, a quem tive o prazer e a honra de homenagear, dando o nome dele ao ginasio de educacao fisica do CMRJ, numa bela solenidade, no dia 6 de maio de 1993, corn a presenca de toda a sua familia. Coincidentemente, a primeira missao quando voltou da FEB, a epoca Capita°, foi a de instrutor de Educacao Fisica do CMRJ. 0 Coronel Heraldo Carlos Leopoldo de Farias Portocarrero, pela competencia e entusiasmo. Dele incorporei este valor: "o entusiasmo", e verifiquei, ao longo da minha vida profissional, que a missao maior do chefe, do cabo ao general, é transmitir entusiasmo. 0 Coronel Afranio Vicoso Jardim, pela competencia e determinacao. Ex-combatente da FEB, ferido ern combate, mancava e tinha uma protese metalica no pe. No calor, a pr6tese aquecia e provocava dores que ele nao conseguia disfarcar. Certa vez sentado a mesa do professor, se contraia de dor, quando urn Coronel, ao passar pelo corredor das salas de aula, o viu e disse: "Jardim, vai para casa! Os garotos terminam os exercicios, depois voce corrige". Ele respondeu: "Pelo ingles eu sei que posso ir. Mas, pela nocao do cumprimento do dever tenho de ficar e you ficar". Foi uma bela e inesquecivel licao. E importante dizer que todos os tres professores destacados estiveram na FEB. 0 General Juca, a epoca Capita° e os coronas Portocarrero e Jardim,Tenentes.
Finalmente devo destacar o Tombamento do nosso querido CMRJ, conseguido apos longo processo desenvolvido por mim, durante o meu Comando, cuja marca destaca-se numa bela placa colocada pela Prefeitura do RJ, do lado de fora do colegio, na calcada, onde é destacado o resumo historic° do colegio, em portugues e ingles.
Externo a todos os meus companheiros, professores, instrutores e inspetores, corn os quais tive a sorte e a honra de conviver, a minha profunda gratidao por tudo que com todos aprendi.Muito obrigado!


 Cel Roberto Silva Mascarenhas de Moraes Ex-aluno da turma de 1959, ex-professor e ex-comandante do CMRJ

domingo, 27 de janeiro de 2013

A Melhor Profissão do Mundo




A Melhor Profissão do Mundo
Roberto Silva Mascarenhas de Moraes (*)

No dia 20/12/1962, o marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes compareceu à Academia Militar das Agulhas Negras para entregar a espada de Oficial do Exército Brasileiro, a mim, seu neto. Após a solenidade, na viagem para o Rio de Janeiro, ele me disse:
– Você escolheu a melhor profissão do mundo.
Eu perguntei: – Por quê?
– Porque o militar das Forças Armadas não tem patrão. O seu patrão é o Brasil. Desta forma, nunca ninguém vai lhe mandar passar no caixa, para acertar as contas. Por isto, você não precisa temer em expressar suas opiniões a seus chefes. Faça-o sempre com lealdade, mesmo que sua opinião seja contrária à do seu chefe. Às vezes, uma opinião que contraria a do chefe vai possibilitar a melhor decisão. Vou lhe contar um fato que ilustra muito bem esta verdade.
No retorno ao Rio de Janeiro, durante a viagem, ele me contou uma bela história.
Getúlio Vargas, aluno da Escola Preparatória do Rio Pardo, seu colega de turma, após uma punição disciplinar: “Carregar um saco de areia nas costas durante cem metros”, normal à época, irrita-se com o tenente e acaba se desligando da Escola Preparatória do Rio Pardo.
Cerca de vinte anos mais tarde, Getúlio era o presidente e ditador. O tenente era coronel. Getúlio, em conversa com o ministro da Guerra, à época, relata o fato ocorrido, quando cadete da Escola Preparatória do Rio Pardo e pergunta:
– Ele era tenente, hoje deve ser coronel.
O ministro verifica e diz:
– É o coronel Fulano.
Getúlio pergunta:
– Onde ele está servindo?
O ministro responde:
– Em Porto Alegre.
Getúlio manda transferi-lo para Manaus. Passado algum tempo, Getúlio pergunta ao ministro da Guerra:
– O coronel já está em Manaus?
O ministro responde que sim. Getúlio determina que o coronel seja transferido para Mato Grosso. Passado algum tempo, Getúlio manda transferir o coronel para o Rio de Janeiro e determina que coronel se apresente a ele.
O coronel se apresenta a Getúlio e o presidente diz ao coronel:
– O senhor se lembra de mim?
O coronel responde:
– Não, senhor.
Getúlio diz:
– Eu sou aquele cadete que acabou saindo da Escola Preparatória do Rio Pardo, tendo em vista o castigo físico que o senhor me impôs.
– Presidente, eu apenas apliquei o regulamento.
Getúlio diz:
– Eu mandei transferi-lo para o norte, oeste e leste, para mostrar que hoje eu tenho mais poder sobre o senhor do que o senhor tinha sobre mim naquela época. Mas não vou mais incomodá-lo. O senhor vai escolher um lugar para servir e eu vou mandar classificá-lo lá.
Ao que o coronel responde:
– Não, presidente. O senhor determina e eu vou se quiser. Tenho 30 anos de serviço e posso pedir transferência para a reserva. Sou empregado do Brasil e não do senhor, presidente.
Getúlio responde:
– Muito bem. Então o senhor vai ser Adido Militar em Paris.
O coronel responde:
Sim, senhor presidente.
Posteriormente Getúlio promoveu-o a general.
Esta história reflete muito bem a personalidade de Getúlio. Sabia reconhecer os valores.

(in: “Causos”, Crônicas e Outras... volume 10, páginas 233 e 234, Rio de Janeiro, CASABEL 2011)


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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Museu Virtual da FEB

 
 

 
Visite o  Museu Virtual da FEB   "A cobra ainda fuma "